RAIOS - X
Quando o físico alemão
Willhelm Roentgen, em 1895, descobriu a estranha radiação
emanada da ampola de Crooks, capaz de atravessar os corpos opacos e impressionar
uma chapa fotográfica, denominou essa radiação de
raios-X,
por
desconhecer a sua verdadeira natureza.
Kolliker propôs à
Sociedade de Física de Würzburg, onde Roentgen comunicou por
primeira vez a sua descoberta, que os raios-X fossem chamados raios
Roentgen.[1]
A fotografia obtida com
os raios-X ou raios Roentgen passou a ser chamada de radiografia
(do latim radius, raio) ou roentgenografia. Em muitos países
da Europa, sobretudo na Alemanha, esta última denominação
é a preferida, assim como também os termos que lhe são
correlatos: roentgenoscopia, roentgenograma, roentgenologia, roentgenologista,
etc. Nos Estados Unidos e em países latinos a preferência
é para a raiz latina: radiografia, radioscopia, radiologia, radiologista,
etc.
Por simplificação
de linguagem é comum empregar-se entre nós, na comunicação
verbal,
raio-X, no singular, como sinônimo de radiografia.
Ouvimos, com freqüência, frases como estas: O raio-X do paciente
não ficou pronto; peça um raio-X do tórax; o que deu
o raio-X daquele caso?
Na linguagem falada, descuidada
e informal das enfermarias e dos corredores de hospital chega a ser admissível
o emprego de
raio-X
em lugar de radiografia, porém
na linguagem escrita é inadmissível o uso de raio-X como
sinônimo de radiografia.
Ultimamente, deparamos com
o esse neologismo do jargão médico em relatórios médicos,
comunicações científicas, artigos de revistas e até
em livros.
Raio-X vem sendo
usado também em anúncios e placas sinalizadoras para indicar
os Serviços de Radiologia em hospitais. Neste caso, dever-se-ia
pelo menos acrescentar um s ao Raio para manter a
denominação correta dada por Roentgen e em respeito à
exatidão que devem ter os termos técnicos, pois até
hoje ninguém conseguiu produzir um único raio-X isolado
e sim vários raios ao mesmo tempo, que impressionam o filme radiográfico.
Referência bibliográfica
1. BLEICH, A.R. - The story of X-rays from Röntgen
to isotopes. New York, Dover Publications, Inc., 1960.
Reproduzido do livro Linguagem Médica, 3a. ed., da AB Editora e Distribuidora de Livros Ltda.
Autor: Joffre M. de Rezende. Maiores informações pelo tel. (62) 212-8622 ou e-mail
abeditora@abeditora.com.br
Atualizado em 10/09/2004.
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