RANDOMIZAR, RANDOMIZADO, RANDÔMICO
Trata-se de anglicismos adaptados ao português, utilizados em estatística para a caracterização de amostras na pesquisa científica.
Random é palavra inglesa, de origem francesa, usada na expressão at random, cujo sentido é "ao acaso", "a esmo", "sem seleção ou critério de escolha". At random deve traduzir-se por aleatório, palavra derivada de igual vocábulo latino, com o significado de fortuito, casual, acidental, dependente de fatores incertos e sujeitos ao acaso.
De random, em inglês, derivam o verbo randomizar, com o seu particípio randomizado, e o adjetivo randômico. O equivalente vernáculo do verbo randomizar poderia ser casualizar, acidentalizar,ou aleatorizar.
Aleatório é termo comumente usado em estatística.[1] Casualizar e seu particípio têm sido igualmente empregados.[2]. Contudo, os anglicismos de que nos ocupamos têm merecido a preferência de nossos pesquisadores e já se encontram, na prática, integrados à terminologia médica. As amostras e os ensaios são randomizados e não casualizados, acidentalizados ou aleatorizados.
Está ocorrendo com os anglicismos o mesmo que ocorreu no passado com os galicismos. Inicialmente condenados pelos puristas da língua, vão sendo aos poucos incorporados ao léxico da língua portuguesa e passam a ser aceitos.
O Novo dicionário da língua portuguesa, de Aurélio Ferreira, em sua primeira edição (1975), registra randômico com o mesmo sentido de aleatório e. nas duas edições posteriores, acrescenta randomização como sinônimo de acidentalização.[3][4][5] Houaiss, além dos dois termos citados, já registra o verbo randomizar sancionando, assim, a incorporação à língua portuguesa dos citados anglicismos. [5]
Referências bibliográficas
1. SOARES, J.F., FARIAS, A.A., CESAR, C.C. – Introdução
à estatística. Rio de Janeiro, Ed. Guanabara Koogan S.A.,
1991, p. 235.
2. VIEIRA, S. – Metodologia científica para a
área de saúde. São Paulo, Sarvier, 1984, p. 4
3. FERREIRA, A.B.H. - Novo dicionário da língua
portuguesa. Rio de Janeiro, Ed. Nova Fronteira, 1975.
4. IDEM, idem, 2. edição, 1986
5. IDEM, idem, 3. edição, 1999.
6. HOUAISS, A., VILLAR, M.S. – Dicionário Houaiss
da língua portuguesa. Rio de Janeiro, Objetiva, 2001